Sunday, May 24, 2009

Vista de Ipanema a partir do Arpoador

Escolhi as duas fotos aproveitando os dias claros do outono carioca. Confesso que fiz travessura. Conheço o Irfanview, mas usei o Picasa, do Google, e a ferramenta gratuita de ‘resize’ oferecida pela Microsoft. Não houve qualquer problema. Foi também usando o Picasa que fiz a colagem da última foto do post sobre a reportagem de bairro. Considero ele mais fácil de usar que o Irfan e também mais avançado, pois é integrado a álbuns publicados na web, que também usei na reportagem de bairro. Como o curso é sobre jornalismo 2.0, fiquei com o Picasa.

A Pedra da Gávea e o Dois Irmãos desenham uma mulher deitada

Day After Niver EJ43 041 (Medium)

e a platéia esquece a hora de voltar para casa (foto cortada e redimensionada como a anterior)

Day After Niver EJ43 064-B (Medium)

A pérola escondida da Gávea

Quase ninguém sabe, mas uma das melhores atrações culturais do Rio de Janeiro está escondida no fundo do bairro da Gávea, em meio a um vale, encrustrada entre mansões, muita mata e a favela Favela Parque da Cidade. O Instituto Moreira Salles, como quase tudo no Rio, convive com todos os contrastes da cidade, por vezes pobre, violenta e desesperançada e, igualmente, bela, sofisticada e acolhedora. Purgatório da beleza e do caos, como diz a música.
Temporario 036 (Medium)
Quem sobe a Rua Marquês de São Vicente em direção a estrada da Gávea vai passar sem perceber pelo Moreira Salles. Para indicá-lo, existe apenas uma placa de metal escovado fora do enquadramento do motorista e parecida com as dos prédios em torno. Só chega quem sabe para onde vai ou é local.
Uma vez lá dentro, carro confortavelmente estacionado, você se sentirá como convidado da festa do ex-dono da casa, o banqueiro Walter Moreira Salles. E não deixa de ser verdade, porque a família Salles já morou lá, e, como poucos milionários brasileiros, construiu um monumento ao bom gosto e ao bem viver, que agora divide com o público. O projeto da residência, do arquiteto Olavo Redig de Campos, é grandioso, mas integrado ao ambiente. A escala é perfeita com linhas modernistas limpas e despretensiosas.
Temporario 042 (Medium)
O IMS costuma manter pelo menos três exposições. No momento, expõe telas e desenhos de Alfredo Volpi, uma bela mostra do fotógrafo americano Paul Strand e uma retrospectiva da obra do cineasta Joaquim Pedro de Andrade. Tudo biscoito-fino, oferecido em salas climatizadas, cujas portas translúcidas se abrem deslizando logo que o visitante se aproxima pelo piso de mármore italiano. O pequeno cineclube tem cerca de 50 lugares. Novamente, a sensação não é a de estar em um cinema comercial, mas na sessão privada de um diretor hollywoodiano. Projeta os melhores filmes do circuito e raramente está cheio.
Temporario 047 (Medium)
Os jardins da propriedade são de Burle Marx. É dele também um belo painel que adorna um lago povoado de carpas. Em torno, mesas servidas pelos garçons do café local. Durante a semana, o Moreira Salles é vazio. Levar um livro ou um laptop para lá transforma você no usuário do melhor escritório da cidade. O efeito da beleza e arte do entorno seguramente melhorará o resultado de qualquer atividade. A casa tem deliciosos pátios internos e uma piscina que trai o seu uso pregresso. Hoje, ela é ociosa, um prazer apenas para os olhos.
Marque um encontro com amigos em um domingo preguiçoso. Sente no café e converse sobre qualquer assunto, política ou futebol, mas sem pressa. A senhora que visita pela primeira vez, pergunta tímida a recepcionista, “Quanto custa?” Para receber a resposta tranquila, “é gratuito”. Assim, veja a mesma exposição duas vezes. Vá lá sentar no jardim e ler um pouco. É tudo por conta do milionário. Tem gente que consome uma vida para construir uma fortuna a toa. Não é o caso. O IMS é uma herança e tanto, que não fica a dever a nenhum lugar do mesmo tipo no resto do mundo.

Clique na montagem a baixo e veja outras fotos. E só faça o favor de não cometer o mesmo erro desse blog. Não conte para todo mundo.
Int Moreira Salles (Medium)
Detalhes do Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
IMS (Medium)

Friday, May 22, 2009

Petrobrás patrocina aliados do governo

petrobrás

Abaixo, ouça o áudio:


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Comentários sobre o exercício

Apanhei muito e não fiquei nada satisfeito com os resultados. Mas foi o melhor que consegui no momento. Fiz esse exercício com pressa e, por falta de tempo, como o objetivo era a gravação, mesclei meu texto opinativo com dois parágrafos informativos publicados no Globo. A gravação ficou com um total de 2m10s. Fiquei com vontade de fazer um curso de locução depois de me exasperar nas várias tentativas, até me conformar que não ia melhorar mesmo.

Não tive problemas para editar no Audacity e exportar no formato MP3 pelo Lame. Usei os recursos do programa para cortar trechos com erros ou pausas e achei o Audacity sensacional, além de fácílimo de usar. Acabei encontrando o Gcast como ‘host’ para o podcast e funcionou bem.

Valeu pela experiência de gerar um podcast. Mas texto e gravação ficaram abaixo da crítica.

Sunday, May 17, 2009

Em busca da ‘cura do stress’

Foram oito os buscadores utilizados no exerçício. Quatro deles apontaram para um conto surrealista postado em um pequeno blog. O mesmo número apontou para um vídeo hospedado no Vimeo que não existe mais. Outros tantos apontaram para o site de um fabricante de molinetes de pesca oceânica.

Vários desses sites tentam exibir links patrocinados como se fossem resultados de busca. O mais descarado foi o Dogpile que intercala resultados normais da busca com propaganda.

A maioria confundiu a língua e ofereceu sites em inglês, onde aparecia a palavra ‘stress’. Nesse sentido, o buscador do UOL  e o Yahoo tiveram performances superiores ao retornar resultados em português. De forma geral, os resultados foram pouco interessantes, talvez por misturar uma palavra em português com um anglicismo.

Google
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Yahoo
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Alta Vista
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UOL
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Clusty
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MSN
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Ask.com
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Dogpile
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Feed Demon x Google Reader

box 

Existe algo de espontâneo em navegar pela web usando apenas o browser, no meu caso, o Firefox. Desde que a tecnologia RSS (Real Simple Syndication) surgiu, já fiz diversas tentativas de usá-la sempre desistindo e voltando para o arroz com feijão do browser. Ao mesmo tempo percebo dificuldades cada vez maiores em organizar e filtrar a inundação diária de informações e comentários.

Para a minha experiência de comparação de leitores de RSS, escolhi o Feed Demon para contrapor ao Google Reader. As conclusões se assemelham ao que teria a dizer se fosse falar do Outlook versus o Gmail. Programas residentes são mais rápidos e costumam ter mais recursos, pois a limitação da internet ainda é a velocidade. A troca da conexão dial-up pela banda larga foi o mesmo que sair de uma rua antiga e estreita para uma avenida de quatro pistas. Mas, como sabemos, avenidas largas também engarrafam.

Feed Demon
As duas vantagens foram a interface sem a poluição visual dos menus do browser, somada a maior velocidade. Outra facilidade é criar um ambiente independente do browser. Ter um programa especial só para ler a lista de sites e blogs mais importantes diminui a distração típica de estar livre e solto na internet. Dá uma estrutura para a leitura diária obrigatória. Por outro lado, corta o prazer de ver cada site com o seu design e disposição particular, mecaniza o processo. Talvez seja essa a minha maior resistência aos ‘readers’.

O Feed Demon foi capaz de mostrar vídeos inseridos dentro de posts, algo onde o Google Reader tropeçou. Ele também tem um recurso interessante que é baixar vídeos e podcasts para o Windows media player e para a família Ipod/iphone. Uma vez feita a assinatura do feed de um blog, também oferece, para cada post, a facilidade de assinar o feed dos comentários do mesmo, o que pareceu muito útil, pois muitas vezes queremos seguir uma discussão específica. Finalmente, oferece relatórios que permitem filtrar as assinaturas pelo grau de atenção que cada uma recebeu, ou pelo número de vezes que foram atualizados, permitindo que avaliemos cada assinatura

Google Reader
Devido à moldura do browser, a tela fica mais poluída. A solução é apertar F11 para usar o recurso de tela inteira do Firefox (também disponível em outros browsers). Resolve o problema, mas é uma operação a mais, outro botãozinho para apertar. O Greader também é mais lento, o que às vezes irrita.

A sua principal desvantagem em relação a um programa residente já foi sanada: agora é possível usá-lo off line através do Google Gears. Outra desvantagem citada acima, não ser uma aplicativo com ícone próprio e finalidade específica no desktop, já pode ser resolvida usando o Chrome, o browser da Google. Ele cria ícones para sites específicos, fazendo-os parecer uma ‘stand alone application’. Por exemplo, uso na minha barra de ferramentas um ícone de ‘quick launch’ para acionar o google calendar. Vou experimentar fazer a mesma coisa com o Greader.

Onde o Greader brilha é no compartilhamento social das suas assinaturas. Você pode acompanhar o que seus amigos estão lendo e enviar para os mesmos posts especiais, com a adição até de anotações pessoais. O Greader ainda facilita o uso de tags, um instrumento cada vez mais prático de classificar informação.

Entre os dois, a escolha é dura, pois os recursos são bastante semelhantes. Vi pequenas vantagens em cada um e não sei qual seria a minha escolha. Visualmente gosto mais do Feed Demon, mas ter tudo online favorece o Greader. No trabalho, a vantagem dos readers e reduzir o tempo e sistematizar o acesso a fontes e ao acompanhamento de comentários de leitores sobre matérias e posts.

De toda forma, meu primeiro obstáculo é vencer a resistência a usar um reader, qualquer que seja. Embora esteja com informação até o pescoço, ainda não consegui me livrar do vício de navegar livremente pela web. Mesmo que receber apenas as novidades assinadas seja muito mais prático.

Sunday, May 10, 2009

Web 2.0: ruído e promessa das novas tecnologias


Apesar do sensacionalismo usado em torno do termo web 2.0, de fato houve um degrau tecnológico na Internet com o surgimento de blogs, a explosão das redes sociais e o armazenamento de programas e arquivos na ‘nuvem’. O difícil é usar de forma produtiva as fantásticas ferramentas que estão surgindo. Por um lado, elas multiplicaram muitas vezes a capacidade do usuário de gerar conteúdo e interagir em grupo. Mas fizeram o mesmo com a quantidade de ruído na informação. Quem será o editor dessa infinita quantidade de conteúdo, produzido por fontes dispersas e de credibilidade indistinta?

A Web se tornou popular com o surgimento dos browsers, possibilitando a distribuição universal, e com custos mínimos, de conteúdo virtual. Antes, éramos escravos de um número reduzido de canais de informação. Alguém que morasse no Rio de Janeiro tinha acesso a uns três ou quatro jornais diários (de importância) e revistas, uma minúscula fração das possibilidades pós Web. O email foi outra modificação fundamental, que aposentou o correio físico e libertou da geografia a comunicação entre pessoas. O mundo passou a ser o grande endereço de todos.

Morei em Washington D.C. nos EUA entre 1993 e 1997. Quando cheguei lá, havia uma loja que vendia algumas publicações brasileiras. Conseguia comprar jornais de alguns dias antes ou a Veja da semana vencida. Quando surgiu a web, foi uma revolução. Em 97, lia O Globo e o Jornal do Brasil antes que eles chegassem às bancas no Brasil. Desde então, meus hábitos de leitura se modificaram por completo. Posso acessar as melhores publicações em cada assunto, independente de onde ou quem as faz.

Isso tudo foi Web 1.0. O estágio 2.0 ampliou as possibilidades, mas gerou novos problemas. Por exemplo, a capacidade de produzir conteúdo sem precisar entender de qualquer tipo de linguagem de programação. Leia-se blogs. Eles se tornaram triviais e as pessoas esqueceram o quanto são milagrosos, por permitir a qualquer um, de casa, produzir conteúdo com texto, foto, vídeo e som. Dentro da área de jornalismo econômico, na qual atuo, posso ler os blogs de grandes economistas, como Paul Krugman, Brad de Long ou Dani Rodrik. Não dependo dos jornais brasileiros para mais nada que não seja notícia local. A contrapartida é o excesso de variedade de fontes e a dificuldade em classificá-las. Dosar, filtrar e hierarquizar a inundação diária de informação se tornou um tormento.

Outro grande fenômeno da Web, as redes sociais, tem características parecidas. Um admirável mundo novo se abriu, mas ele é tão barulhento que assusta. Tenho Orkut e Facebook, mas nunca os acesso. Parece-me uma enorme perda de tempo. Minhas grandes ferramentas do dia-a-dia são o Google, Skype (mais para mensagens de texto instantâneas), as páginas de Web, os blogs e o velho e bom email. Faço um uso leve de redes. Tenho testado com meus alunos, na PUC-Rio, a comunicação através de redes criadas pelo sistema Ning. Facilita a comunicação com eles, mas ainda não aprendi como passar disso sem, de novo, criar mais ruído do que produtividade.

Os blogs mais populares e polêmicos atraem grande número de comentários. Em geral, parecem ser todos oriundos de um pequeno número de leitores que escrevem trivialidades e se ofendem no debate de temas acalorados. Nas redes, como o Facebook, vejo os mais jovens passando horas seguidas. O resultado parece um email ampliado. Mais gente se comunica sem, entretanto, melhorar a qualidade da comunicação.

Como professor e jornalista, muitas vezes free lancer, a web me libertou. Tenho nas mãos recursos de comunicação e acesso a informação antes só disponíveis a grandes redações. Sou um entusiasta da tecnologia e fico abismado com as possibilidades novas que surgem a cada dia. No momento, vejo que geram som e fúria. Porém, os recursos mais interessantes, como as redes, ainda não foram domados. A quantidade de blogs parece diluir a credibilidade da informação, ao mesmo tempo em que ajuda a matar os grandes jornais. As novas ferramentas são maravilhosas, mas ainda estamos longe de compreendê-las e torná-las, de fato, produtivas.

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